O governo efémero de Baciro Djá, empossado pelo chefe de Estado, José
Mário Vaz, à revelia da liderança do PAIGC, do ex primeiro-ministro
Domingos Simões Pereira, continua na berlinda na Guiné-Bissau.
Baciro Djá, terceiro vice-presidente da histórica formação
guineense, foi expulso por decisão do Conselho de jurisdição enquanto os
dirigentes Rui Diã de Sousa, Respício Silva e Aristides Ocante da Silva
foram suspensos por quatro anos.
Em causa está o alegado desrespeito dos quatro responsáveis dos
estatutos do partido ao assumirem cargos ministeriais num governo não
reconhecido pelo partido.
O presidente José Mário Vaz optara por demitir a 12 de Agosto o
governo de Domingos Simões Pereira alegando haver problemas de
relacionamento com o mesmo e denunciando actos de corrupção por parte do
mesmo.
O chefe de Estado guineense que dera posse em seguida a Baciro Djá
como primeiro-ministro em virtude do seu cargo de terceiro
vice-presidente do PAIGC, partido vencedor das últimas eleições
legislativas.
O Supremo Tribunal de Justiça acabou por declarar inconstitucional tal nomeação tendo o governo acabado por cair.
Só depois de árduas negociações é que Carlos Correia acabou por assumir a chefia de novo executivo.
Porém com esta decisão do Conselho de jurisdição o PAIGC pune os dirigentes que protagonizaram este episódio.
Facto que os dirigentes em causa contestam. É o caso de Aristides Ocante da Silva, que fora nomeado na altura para ministro da presidência do Conselho de ministros.
Ele denuncia uma medida que pode levar o partido para o abismo, mas
descarta que este seja um novo episódio da querela entre o presidente da
república, oriundo das fileiras do PAIGC, e o actual líder do partido, o
seu ex primeiro-ministro.
RFI