Preocupação
das autoridades guineenses face à proliferação do uso de véus islâmicos no país
levou o Governo a reunir esta segunda-feira, 22 de Novembro com a comunidade
muçulmana.
Um encontro
que foi presidido pelo Secretário de Estado da Ordem Pública, Luís Manuel
Cabral, e no qual participaram representantes do Conselho Nacional Islâmico e do
Conselho Superior dos Assuntos Islâmicos.
Falando em
nome do grupo que reuniu com o Secretário de Estado, Tcherno Siradjo Bari disse
que, no mundo estão em curso vários conflitos, esta situação de conflituosidade
justifica que cada Estado tem o dever se prevenir das consequências, sublinhou
no entanto, ser necessário, respeitar a religião islâmica.
Neste
âmbito, Siradjo Bari disse que, concorda com a iniciativa do Governo em proibir
o uso de véu integral por alguns membros da comunidade islâmica. “Fomos
informados que o Governo quer tomar medidas, mas, pelo respeito a nossa
comunidade ele chamou-nos para pedir informação e consulta em relação ao
assunto”, disse Bari.
Para Luís
Manuel Cabral a situação de vulnerabilidade da Guiné-Bissau em termos de
segurança obriga à prevenção da criminalidade e particularmente à circulação e
acção de fundamentalistas islâmicos.
Face a estas
ameaças Luís Manuel Cabral disse que os líderes religiosos concordaram com a
posição do Governo em proibir o uso véu integral no país. “Não estamos contra
qualquer prática religiosa, o que está em causa é o controlo das pessoas e a
segurança interna do país” mas também porque “no ponto de vista operativo,
ficamos com inquietudes, porque não sabemos com quem relacionam dia-a-dia”,
disse confirmando que vai informar o chefe do Governo sobre as conclusões do
encontro.
Por fim, Luís
Manuel Cabral reconheceu que a situação é preocupante e lembrou que a
Guiné-Bissau é um país laico, pelo que, qualquer pessoa é livre de praticar a
sua fé, desde que, sejam respeitadas as leis vigentes no país.