A Arábia Saudita é conhecida mundialmente por ser um lugar onde mulheres não podem conduzir carros na rua. O repressivo país petrolífero, porém, recebeu recentemente o primeiro voo pilotado apenas por mulheres da companhia Royal Brunei Airlines.
A comandante Sharifah Czarena Surainy e a co-piloto Nadiah Pg Khashiem pilotaram um moderno Boeing 787 Dreamliner entre o Brunei (um pequeno sultanato localizado no sudeste asiático) e a cidade saudita de Jeddah, na costa do mar Vermelho. As duas fizeram o trabalho com as cabeças cobertas pelo véu islâmico.
Formada numa escola de pilotos britânica, Surainy opera aeronaves comerciais desde 2012. A aterragem na Arábia Saudita, porém, tem rendido repercussão mundial para o seu trabalho. No país árabe, mulheres podem ser presas caso sejam vistas pela polícia a conduzir carros.
A presença de uma equipa completamente feminina no comando deste voo foi encorajada pelo governo do Brunei, como parte das comemorações do dia da independência do país, celebrado a 24 de Fevereiro.
A Royal Brunei tem estado a promover a inclusão de mulheres em alguns dos seus departamentos que sempre foram dominados por homens. Recentemente, a empresa divulgou na Internet uma foto a mostrar um grupo de engenheiras à frente de um dos seus aviões, com a legenda: «Quem disse que a engenharia é uma profissão apenas masculina?»
Outras companhias aéreas do mundo, como a Air Canada e a Air India, também têm estado a empregar mulheres para pilotar os seus aviões.