Os atentados
terroristas que mataram centenas de pessoas e deixaram mais de 350 feridos
(dezenas em estado grave) em Paris, na última sexta-feira (dia 13), levaram
terror à França e aos países aliados. O Estado Islâmico assumiu a autoria dos
ataques, que ocorreram de forma simultânea em diversos pontos da capital
francesa.
O presidente
francês, François Hollande, atribuiu a autoria dos atentados de Paris ao ISIS
(siglas em inglês do Estado Islâmico). “É um acto de guerra”, disse ele. O país
iniciou no último domingo, dia 15, uma intensa ofensiva de bombardeamentos
contra reduto do Estado Islâmico (ISIS), a cidade síria de Raqa.
Na frente
militar, os EUA anunciaram que trabalham com a França para "aumentar a
intensidade dos ataques aéreos" contra o grupo jihadista.
FACTOS CONHECIDOS ATÉ O MOMENTO
- A Bélgica
e a Síria são os epicentros nos quais foram planejados os ataques jihadistas de
Paris que causaram a morte de 129 pessoas.
- Vários dos
terroristas identificados viviam em Bruxelas e seus arredores e foi lá que pelo
menos um dos carros utilizados pelos terroristas foi alugado. Pelo menos três
dos agressores identificados passaram algum tempo na Síria.
- A França
alertou a Espanha sobre a possível fuga de um envolvido ao país. É Salah
Abdeslam, nascido em 1989 em Bruxelas e irmão de Ibrahim, um dos suicidas que
agiram na matança. A Bélgica emitiu uma ordem de prisão internacional contra
ele.
- Em Paris,
a polícia localizou no bairro de Saint-Denis o carro utilizado por vários
jihadistas para matar dezenas de pessoas nos bares da cidade. Foram localizadas
várias armas dentro do carro, dentre as quais três fuzis Kalashnikov.
- A
descoberta do carro e das armas reforça a hipótese trabalhada pela polícia de
que um ou vários terroristas conseguiram escapar. As forças de segurança estão
convencidas de que, muito provavelmente, estão preparando outros ataques.
- Os autores
dos ataques se comunicaram com membros do alto escalão do Estado Islâmico antes
das matanças.
- A polícia
deteve seis familiares de um dos terroristas identificados. Entre eles seu pai,
seu irmão e sua cunhada. É Omar Ismail Mostefai, um francês nascido em 1985. O
terrorista suicida agiu na casa de shows Bataclan. Foi identificado pela
análise de um pedaço de dedo. O promotor geral de Paris confirmou que ele foi
detido oito vezes por crimes menores e era fichado por suas atividades
relacionadas com o islamismo radical.
- Três
grupos coordenados realizaram os ataques. O promotor geral de Paris, François
Molins, confirmou que foram sete terroristas. Seis deles morreram quando
explodiram cintos com explosivos e o sétimo foi morto a tiros no Bataclan.
- A primeira
das células era formada por um grupo de três terroristas preparados para
explodir seus explosivos no estádio de Saint Denis. As outras duas células eram
móveis e estavam dentro de dois veículos, um Seat Leon e um Volkswagen Polo, os
dois de cor preta.
- Todos
vestiam coletes com explosivos carregados com peróxido de nitrogênio e um botão
detonador para controlar a explosão.
- Os
investigadores encontraram, no sábado, um passaporte sírio próximo ao cadáver
de um dos suicidas. O documento foi registrado em 10 de outubro na ilha grega
de Leros, segundo o Governo grego. A Sérvia acrescenta que quatro dias depois a
pessoa se registrou como refugiado em suas fronteiras. O episódio ainda é muito
confuso.
- Sobre o
passaporte egípcio encontrado nas imediações do estádio, o embaixador egípcio
em Paris afirmou que pertence a uma das vítimas, que se encontra em estado
grave.
- Até agora
são 13 detidos no total, sete deles em Bruxelas, por sua ligação com a matança.
CRONOLOGIA
- 21h20 Um
terrorista detona sua carga explosiva perto do portão D do estádio de Saint
Dennis. A explosão acaba com a vida do terrorista e de um pedestre.
- 21h25 Um
grupo de homens armados abre fogo contra os terraços do bar Le Carillon e do
restaurante Petit Cambridge. Empregaram no tiroteio "pelo menos uma
centena de balas".
- 21h30 Um
segundo terrorista detona sua carga no Estádio, próximo ao portão H. Somente
ele morre.
- 21h32 Um
grupo de homens armados abre fogo contra o bar À la Bonne Biere, na intersecção
das ruas Fontaine au Roi e Faubourg du Temple.
- 21h36 Homens
armados matam os fregueses no terraço do restaurante La Belle Equipe, na rua
Charonne, próxima aos ataques das ruas Fontaine e Faubourg. Nove ficam
gravemente feridos.
- 21h40 Um
terrorista suicida detona seus explosivos dentro do restaurante Le Comptoir
Voltaire no Boulevard Voltaire.
- 21h40 Ao
mesmo tempo, um grupo de três terroristas chega à casa de shows Bataclan. Lá,
após fazerem referências à situação do conflito na Síria e no Iraque, começam a
atirar indiscriminadamente contra os espectadores.
Durante a
tomada de reféns do Bataclan, um terceiro terrorista se suicida nas
proximidades do Estádio da França.
- 00h20 A
polícia francesa realiza uma operação contra o Bataclan logo após saber que os
terroristas estão atirando. Os três morrem: um pelos disparos e os outros dois
após detonarem seus explosivos.
VÍTIMAS
129 pessoas
morreram nos ataques, das quais 109 foram identificadas, e 99 se encontram em
estado grave. Entre as vítimas, foi confirmada a presença de dois brasileiros.
Um deles teve um pulmão perfurado por uma bala, mas não ficará com sequelas nem
corre risco de morte.
AS FALSAS INFORMAÇÕES SOBRE O
ATENTADO
Durante a
noite surgiu a informação de que quatro policiais morreram tentando impedir os
terroristas no Bataclan. A polícia nunca confirmou a notícia; um policial em
trajes civis, entretanto, que não estava em serviço, foi assassinado na rua de
Charonne.
Nas redes
sociais também foram divulgadas várias informações falsas sobre os ataques.
Durante os primeiros minutos após os tiroteios pelas ruas de Paris, foi
publicada a imagem de um homem afirmando que era um dos terroristas. Informação
totalmente falsa.
Outra
notícia que circulou amplamente, e até mesmo um vídeo de 2 de novembro foi
utilizado para acompanhá-la, foi um incêndio no campo de refugiados de Calais.
Um pequeno incêndio acidental se transformou nas redes sociais em uma suposta
represália pelos ataques, sempre com imagens antigas, algo desmentido pelas
autoridades.
Uma imagem
da sala Bataclan, momentos antes dos atentados, também foi divulgada pelas
redes sociais. Essa fotografia não é do show de sexta-feira, mas de outro
realizado meses antes.
Uma foto da
casa de espetáculos Bataclan momentos antes dos atentados também foi divulgada
nas redes sociais. A fotografia não corresponde ao show da sexta-feira, mas sim
ao de outro, realizado meses antes.