quarta-feira, 18 de novembro de 2015

OPINIÃO: MUDAR O RUMO DA GUINÉ

Durante a campanha eleitoral de 2013, Paulo Gomes, candidato independente e terceiro candidato mais votado tinha como slogan lema de campagna « No muda rumo » . Hoje, depois de um ano e meio depois das eleições presidênciais, o convite feito pelo Economista Guineense reconhecido pela sua competência na esfera international para mudarmos o rumo da Guiné tem todo o seu sentido perante a crise institucional que abalou e esta a abalar a Guiné-Bissau.
No meu ver, « No muda rumo » implica um comportamento que pode se definir em quatro ações no dia a dia dos nossos compatriotas.


A procura constante da excelência

Cada guineense deve se auto impôr uma disciplina para alcançar a excelência. O desenvolvimento que cada Guineense almeja, pode ser alcançado atraves desta cultura de excelência. Isto implica uma nova mentalidade, uma preparação psicologica que permita a cada Guineense um esforço pessoal de rigor para atingir esta excelência. A transformação do Guinense, a procura da excelência deve iniciar-se na escola primaria, para que a excelência transforme-se com o tempo num reflexo. Até agora no nosso País, poucas coisas são levadas a sério. Não temos em nós, esta procura constante de fazer coisas corretamente e com rigor.Sem mulheres e homens de valor não se pode construir uma Nação. Só os recursos naturais de um País não são suficientes ao bem estar, ao desenvolvimento e ao progresso dos guineenses. E por isso é essencial valorizar a educação académica e social, premiar a competência, praticar o rigor e o profissionalismo.

O sentido elevado de responsabilidade

O Guineense deve imperativamente incutir o sentido da responsabilidade em cada ato seu. A ausença da responsabilidade é o que contribui a fazer da Guiné-Bissau um País subdesenvolvido que nem consegue alimentar, dar saùde e segurança aos seus Filhos. Esta ausência da responsabilidade vê-se nas indisciplinas dos motoristas nas estradas que transforma as nossas estradas em local de perigo mortal. Esta ausência de responsabilidade que faz com que assuntos sérios da Nação são tratados com pouco sentido de responsabilidade que acaba por nos fazer perder muitas oportunidades e nos desacredita nos concertos das Nações. Hoje devemos saber que a « fama da nossa luta armada » para a independência já era. Os desafios contenporâneos são no dominio do desenvolvimento e do bem estar do Povo, da boa governação, o que implica responsabilidade individual e coletiva.

Integridade

Neste aspeto o guineense deve construir-se desde infância com novo modelo educativo que fazem da honestidade, do trabalho, da educação os critérios de elevação e de admiração social. Os cargos pùblicos não são feitos para celebração da mediocridade de pessoas que esperam mais do Estado em vez de dar ao Estado para reforça-lo. A este proposito, o Presidente Norte Americano, John Kennedy dizia « Não te perguntes o que teu País pode fazer por ti,, mas pergunta o que eu posso fazer para meu País ». A ausência do sentido da responsabilidade é uma das consequências imediatas da falta de integridade, que é o ninho fértil da corupção que iniquila todos os esforços das politicas pùblicas em prol do desenvolvimento da Guiné-Bissau, destruindo a nossa economia e pauperizando ainda mais a camada mais desfavorecida dos guineenses. O mais grave nesta spiral infernal é a normalisação da corupção no estado de espirito dos guineenses, que aceitam a inversão dos nossos valores sociais que sempre foram baseados na honestidade, trabalho e solidariedade. Temos que coletivamente corrigir esta inversão dos valores, para criar um novo contrato social abrangente, inclusivo para alcançar o bem estar das nossas populações.


O interesse superior da Nação

Ou seja a Guiné-Bissau, primeiro. Depois de varios anos de instabilidade politica e institucional e de uma guerra civil em 1998, com varios golpes e contra golpes, chegou o tempo para que os guineenses aprendam a dialogar, pondo interesses e egoïsmo particulares de lado para comprometerem-se juntos contra o verdadeiro e ùnico inimigo comum, que aparece com diversas caras: o analfabetismo que cria pobreza, falta de saùde e convulsões sociais. A Nação é um dos fundamentos da nossa unidade e entidade nacional, foi maltratada, porque o Estado foi e é ainda refém dos grupos de influência quer nos maiores Partidos Politicos, quer nas Forças Armadas e de Segurança, quer nas Ordens Professionais e nos Sindicatos, que põem os seus interesses particulares acima dos interesses superiores da Nação, rompendo o fràgil contrato social ainda em gestação. O Presidente da Repùblica deve impulsionar e mudar rumo dos guineenses, do Estado e da nossa Nação, para que os objetivos dos guineenses converjam para saírmos do subdesenvolvimento. Pôr os interesses da Nação acima de tudo presupõe ter autoridades pùblicas nacionais destribalizadas, conscientes dos desafios da época, que atuem além das particularides étnicas, religiosas e ideologicas em prol de uma causa comum e unificadora, ao serviço dos guineenses, do Estado, semeando esperança e caminhando com firmeza em direção ao desenvolvimento inclusivo e duradouro.

Pedro Té