Vaticano, 04
Mar. 16 / 11:40
O Papa
Francisco recebeu na manhã de quarta-feira, em audiência os participantes do
Curso anual sobre o “Foro Interno” promovido pela Penitenciária Apostólica da
Santa Sé. Ele falou acerca da importância
do Sacramento da Reconciliação e disse que é uma verdadeira fonte de paz
interior.
O curso
pretende ajudar os sacerdotes recém-ordenados e os seminaristas para
prepará-los adequadamente a ministrar o Sacramento da Reconciliação.
“A
celebração deste Sacramento requer uma adequada e atualizada preparação, para
que quem se aproxima dele possa tocar com a mão a grandeza da misericórdia,
fonte de verdadeira paz interior”.
Francisco
assinalou que “a misericórdia, antes
que ser uma atitude ou uma virtude humana, é a eleição definitiva de Deus em
favor de todo ser humano para sua eterna salvação”. Trata-se de “uma eleição
selada com o sangue do Filho de Deus”.
O Santo
Padre recordou que “a possibilidade
do perdão está realmente aberta a todos, ou melhor, escancarada, como a maior
das ‘portas santas’, porque coincide com o coração próprio do Pai, que ama e
aguarda todos os seus filhos, de modo especial os que erraram mais e estão
distantes”.
A
misericórdia pode chegar de diferentes formas, segundo o Papa. “Através da abertura de uma consciência
sincera; por meio da leitura da Palavra de Deus que converte o coração;
mediante um encontro com uma irmã ou
um irmão misericordioso; nas experiências da vida que falam de feridas, de
pecado, de perdão e de misericórdia”.
Por sua vez,
Francisco explicou que graças a Jesus é possível passar da esperança à certeza
de sentir-se perdoado e deu alguns conselhos sobre a atitude que deve ter um
sacerdote quando confessa.
“Devemos sempre recordar que somos
instrumentos da misericórdia de Deus para eles, então, estejamos atentos para
não colocar obstáculo ao dom de salvação”.
“O confessor
é, ele mesmo, um pecador, um homem sempre necessitado de perdão” e deve ter
sempre uma atitude de “fé humilde e generosa, tendo como único desejo que todo
fiel possa experimentar o amor do Pai”.
O Pontífice
também explicou que o fiel arrependido, depois de receber a absolvição do
sacerdote, “tem a certeza, por fé, de que seus pecados não existem mais, foram
apagados pela divina misericórdia”.
Assim, “cada absolvição é, de certo modo, um
jubileu do coração, o qual alegra não só o fiel e a Igreja, mas sobretudo Deus
mesmo”.
De novo, o Papa insiste na
importância de que o sacerdote seja “um canal de alegria” e que o fiel, depois
de ter recebido o perdão, não se sinta mais oprimido pelas culpas e “possa mostrar
a obra de Deus que o libertou”.
O Papa
Francisco concluiu denunciando: “Neste
nosso tempo, marcado pelo individualismo, é realmente um dom ver e acompanhar
pessoas. Isso comporta também, para todos nós, uma obrigação ainda maior de
coerência evangélica e de benevolência paterna”.