O Supremo
Tribunal brasileiro confirmou esta quarta-feira uma decisão anterior que dá ao
Senado a autoridade para rever um voto da câmara baixa para impugnar a
Presidente Dilma Rousseff antes de se iniciar um julgamento de impugnação. A
decisão favorece a Presidente, já que implica que ela não será automaticamente
suspensa se a câmara baixa decidir impugna-la.
Essa era a
vontade do líder da câmara baixa, Eduardo Cunha. Agora Dilma Rousseff poderá
bloquear a impugnação no Senado, que lhe tem sido mais favorável.
Cunha
afirmou que iria acelerar o processo de impugnação de Dilma, proposto pela
oposição em dezembro, nomeando um comité de impugnação mal a decisão do Supremo
Tribunal fosse conhecida.
Esta
quarta-feira ficou marcada igualmente com a entrada do ex-Presidente Lula da
Silva para o Governo de Dilma, onde irá liderar a Casa Civil, um dos mais altos
cargos do país.
A nomeação
protege Lula das investigações do processo Lava Jato, no qual ele é acusado de
aceitar luvas da Petrobrás. Estas teriam sido dadas através de uma construtora
que passou para a propriedade de Lula um apartamento triplex em São Paulo.
Lula nega as
acusações e, a partir de agora, só poderá ser investigado pelo Supremo
Tribunal.
Protestos junto ao Palácio do
Planalto
Durante o
fim de semana 438 cidades brasileiras foram palco de gigantescas manifestações
contra a corrupção e contra o atual Governo, pedindo a impugnação da
Presidente.
Já esta
quarta-feira, os grupos que convocaram os protestos do fim de semana apelaram a
novas manifestações, após a nomeação de Lula da Silva.
Cerca das
20h00 em Lisboa, pelo menos 1.500 pessoas, de acordo com a Polícia Militar
(2.500 de acordo com os organizadores) juntaram-se frente ao Palácio do
Planalto, em protesto contra a nomeação de Lula da Silva, interrompendo a
circulação no Eixo Monumental.
Algumas
centenas de pessoas apoiantes do Governo chegaram depois mas as forças de
segurança conseguiram dividir ambos os grupos, sem violência embora chegassem
cerca das 18h15 locais a lançar gás de pimenta.
Um homem foi
preso suspeito de explodir uma bomba caseira próximo da sede do Executivo,
relata o jornal Globo.
O Batalhão
da Guarda Presidencial reforçou a vigilância do palácio e evitou ainda que este
fosse invadido pelos opositores de Dilma.
Os protestos
começaram pelas 17h00 e às 18h30 incluía cerca de 300 pessoas. Com o final do
expediente milhares de pessoas juntaram-se à manifestação.
O movimento
Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre convocaram entretanto um protesto
durante o Jornal Nacional, esta noite, contra a nomeação de Lula da Silva como
ministro.