No final da reunião da Comissão Política Nacional do PS de ontem à noite (22)
e depois de o Presidente Cavaco Silva ter indigitado Passos Coelho para formar
governo, o secretário-geral do PS, António Costa, foi autorizado a rejeitar o
programa de Coelho e mandatado para reforçar negociações à esquerda.
O documento teve duas abstenções.
Costa, acusou o Presidente da República
de criar uma “crise política inútil” ao indigitar Pedro Passos Coelho como
primeiro-ministro, pois PSD e CDS-PP (coligação Portugal à Frente) não têm “apoio maioritário” no
parlamento.
A “grave declaração” do chefe de Estado leva a uma “crise política inútil”
que “adia a entrada em plenas funções de um governo com apoio parlamentar
maioritário e que assegure a estabilidade política que o país precisa”, referiu
o líder Socialista.
Catarina Martins qualifica Presidente como “líder de seita”
Em entrevista à TVI, a porta-voz do
Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusou o Presidente da República de fazer
chantagem com os deputados e de se comportar como um “líder de seita”.
Cavaco Silva indigitou como
primeiro-ministro de Portugal, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, apesar dos principais
partidos da esquerda política, PS, BE e CDU estarem em sintonia para se coligarem.
Juntos representam mais de 50% dos
votos. A coligação PSD/PP não foi além dos 36% nas eleições legislativas de 4 de
outubro.
Cavaco Silva justifica decisão
Numa comunicação ao país, o Presidente da República, explicou que teve
“presente que nos 40 anos de democracia portuguesa a responsabilidade de formar
Governo foi sempre atribuída a quem ganhou as eleições”. Cavaco Silva disse
ainda que Portugal “fora da União Europeia e do Euro o futuro de Portugal seria
catastrófico”.
Cavaco Silva explicou que “o Governo formado pela coligação vencedora pode
não assegurar inteiramente a estabilidade política de que o País precisa, mas
considero serem muito mais graves as consequências financeiras, económicas e
sociais de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças
políticas.”
Fonte: Euronews