sexta-feira, 23 de outubro de 2015

PORTUGAL - ABERTA CRISE POLÍTICA COM INDIGITAÇÃO DE UMA MINORIA PARA GOVERNAR: O PARTIDO SOCIALISTA (PS) VAI APRESENTAR UMA MOÇÃO DE REJEIÇÃO DO PROGRAMA GOVERNO DA COLIGAÇÃO DO PRIMEIRO-MINISTRO PEDRO PASSOS COELHO.


No final da reunião da Comissão Política Nacional do PS de ontem à noite (22) e depois de o Presidente Cavaco Silva ter indigitado Passos Coelho para formar governo, o secretário-geral do PS, António Costa, foi autorizado a rejeitar o programa de Coelho e mandatado para reforçar negociações à esquerda.
O documento teve duas abstenções.
Costa, acusou o Presidente da República de criar uma “crise política inútil” ao indigitar Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro, pois PSD e CDS-PP (coligação Portugal à Frente) não têm “apoio maioritário” no parlamento.

A “grave declaração” do chefe de Estado leva a uma “crise política inútil” que “adia a entrada em plenas funções de um governo com apoio parlamentar maioritário e que assegure a estabilidade política que o país precisa”, referiu o líder Socialista.
Catarina Martins qualifica Presidente como “líder de seita”

Em entrevista à TVI, a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusou o Presidente da República de fazer chantagem com os deputados e de se comportar como um “líder de seita”.

Cavaco Silva indigitou como primeiro-ministro de Portugal, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, apesar dos principais partidos da esquerda política, PS, BE e CDU estarem em sintonia para se coligarem.

Juntos representam mais de 50% dos votos. A coligação PSD/PP não foi além dos 36% nas eleições legislativas de 4 de outubro.

Cavaco Silva justifica decisão

Numa comunicação ao país, o Presidente da República, explicou que teve “presente que nos 40 anos de democracia portuguesa a responsabilidade de formar Governo foi sempre atribuída a quem ganhou as eleições”. Cavaco Silva disse ainda que Portugal “fora da União Europeia e do Euro o futuro de Portugal seria catastrófico”.
Cavaco Silva explicou que “o Governo formado pela coligação vencedora pode não assegurar inteiramente a estabilidade política de que o País precisa, mas considero serem muito mais graves as consequências financeiras, económicas e sociais de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas.”
Fonte: Euronews