terça-feira, 17 de novembro de 2015

OBRAS PÚBLICAS: ESTADO GUINEENSE TEM UMA DÍVIDA COM A EMPRESA ARESKI EM MAIS DE 1.8 MIL MILHÕES DE FCFA


Por: Gazeta de Notícias

O Grupo Areski, proprietária da ARESKI ETPA S.A, empresa de construções e obras públicas, foi fundada em 1962 por Mamudo Areski (argelino de nacionalidade), Pai dos actuais quatro sócios, irmãos Areski, está presente em três países da sub-região, nomeadamente Gâmbia, Senegal e Guiné-Bissau.

O Grupo Areski conta neste momento com 1600 funcionários nos três países. Na Guiné-Bissau a firma tem cerca de 500 (quinhentos) operários.

Areski realiza obras de grande vulto nos países em que está instalado. Em Gâmbia, a empresa realiza neste momento duas das mais importantes obras arquitectónicas: uma ponte de cerca de um quilómetro, e a construção do novo aeroporto internacional de Banjul.

No Senegal, Areski está a executar as obras de construção de cerca de 200 quilómetros de estrada nacional daquele país vizinho.
Areski é actualmente líder do mercado das obras públicas na Guiné-Bissau, particularmente, das estradas, é o executor das obras de reabilitação e construção de vias urbanas de Bissau, financiadas pelo Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD), na sequência de um concurso público internacional.

Areski está na Guiné-Bissau há 20 anos e já reabilitou e construiu várias estradas asfaltadas e de terra batida em, praticamente, todos os pontos da Guiné-Bissau. Da sua instalação no país a esta parte, o estado Guineense contraiu uma dívida superior a um bilhão e oitocentos milhões de francos cfa (1.800.000.000FCFA) em contrapartidas das obras que a firma já executou e que o executivo, com destaque para algumas vias urbanas de Bissau, estrada Jugudul Bambadinca, estrada Mansoa Farim, reabilitação de Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira de Bissau, no âmbito da cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, em 2006, entre outras obras.

Estrada de volta a Bissau : 900 milhões de FCFA em indemnizações já assumidos pela Areski

 A empresa Areski, enquanto vencedora do concurso internacional, está a executar as obras da estrada que liga a entrada da Guimetal ao Bairro de Antula, passando por São Paulo, que terá continuidade ate as Alfândegas e o Porto de Bissau.

Apesar da execução das obras ainda estarem dentro do prazo previsto no contrato, o administrador e Diretor-geral da empresa admite que houve atraso de um ano motivado pela actualização do estudo e demora na disponibilização de fundos por parte do financiador.

No estudo inicial estava previsto que a estrada deveria ter um revestimento de 7 (sete) metros de largura apenas. No entanto, no decurso das obras concluiu-se que, pela sua importância no transporte de mercadorias através de camiões porta-contentores, o revestimento da estrada deverá ser alargado para 14 metros.

Mais: durante o tempo de paragem, de cerca de um ano, a empresa assumiu o salário de todos os funcionários recrutados para a obra.

Indemnização aos proprietários das casas ao longo do troço

No âmbito das obras de troço de volta de Bissau a empresa Areski já avançou com uma indemnização aos proprietários das casas ao longo do troço, que viram, por exemplo, os muros e varandas das suas casas afectados devido as obras, bem como na recuperação das infra-estruturas de interesse público (conduta de água e postos de transformação eléctrica) atingidas pelas obras naquela zona, num valor superior a 900 milhões de francos cfa.

Tarek Areski garantiu que as obras de reabilitação das vias urbanas de Bissau vão ser concluídas dentro de prazo previsto no contrato e lembrou que as obras da estrada Mansôa/Farim foram concluídas “muito antes” do prazo estipulado.

A propósito do suposto monopólio de Areski na Guiné-Bissau

Tarek Areski não ficou surpreendido perante esta questão, e, considera “muito normal” as interpretações  segundo as quais, a sua empresa detém o monopólio das obras públicas na Guiné-Bissau.

O número um da empresa lembra, que antes do conflito político-militar de 7 de Junho de 1998, várias empresas de construções e obras públicas que se encontravam instaladas na Guiné-Bissau acabaram todos por fugir, alegando “instabilidade do país”.

Na opinião de Tarek, a permanência da Areski no país como única empresa de construções e obras públicas, com créditos firmados e provas dadas nas obras já executadas, já diz tudo.

Apesar de ter ganho terreno por estes e outros motivos, Tarek Areski, refuta que nunca houve favores à sua empresa, tendo garantido que “todas as obras executadas foram no âmbito de concursos públicos e alguns até internacionais”.

Tarek salientou que na Gâmbia, a sua empresa está a executar uma das mais importantes obras arquitectónicas daquele país (uma ponte de cerca de um quilometro) e no Senegal já reabilitou e construi várias estradas e, neste momento, executa uma obra de cerca de 200 quilómetros da estrada nacional daquele país vizinho.

Em relação ao rebentamento de uma pequena ponte na Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, em frente da SUNU KER (zona do mercado de Bandim), depois da conclusão das obras de reabilitação executadas pela Areski, que levou a que a empresa fosse acusada na altura, o Patrão da empresa aponta responsabilidade a uma empresa Chinesa que executou aquela obra. Mas, mesmo assim, Areski reabilitou a pequena ponte gratuitamente.

Tarek Areski revelou ainda que as seguintes obras de reabilitação foram todas gratuitas: Avenida Cidade de Lisboa, rua da embaixada de Portugal; estrada que liga a Secretaria de Estado da Cooperação Internacional e das Comunidades à Direção-geral de Viação e Transportes Terrestres e Avenida Pansau na Isna.

Em relação a qualidade das obras das estradas, Tarek Areski, comparou-as com a de Senegal. Revelou que, no Senegal, por exemplo, as estradas são de 15 centímetros de alcatrão contra apenas 5 centímetros da Guiné-Bissau.

“Os pormenores técnicos das obras de estradas constam nos estudos feitos pelas autoridades a empresa não pode alterar nada”, revelou Tarek Areski.

Investimentos no sector social

ARESKI ETPA SA tem o seu estaleiro e escritório instalados em Safim, nos arredores de Bissau) e, uma pedreira na zona sul da Guiné-Bissau.

O patrão da empresa anunciou que, muito brevemente, a firma irá avançar com investimentos sociais nas duas zonas, com objetivo de combater a pobreza através de um programa de desenvolvimento.
Em Safim, por exemplo, Tarek Areski, anunciou apoio ao Centro de Saúde local com especial atenção à maternidade; e, apoio aos jovens, tendo prometido financiar a equipa de futebol local que milita actualmente na segunda divisão da liga da Guiné-Bissau.

Na povoação de SINTCHAM ALIU, em Saltinho, na zona sul, onde a empresa dispõe de uma pedreira, Tarek também promete investimentos para debelar a pobreza.