Um primeiro
caso de microcefalia com provável associação ao vírus Zika acaba de ser
registado em Cabo-Verde.
Esta
revelação foi feita pela ministra cabo-verdiana da Saúde, Cristina Fontes Lima,
durante uma conferência de imprensa, terça-feira última, em que confirmou o
nascimento de uma criança com evidências de microcefalia na cidade da Praia e
cuja mãe teria contraído o Zika durante a gravidez.
No entanto,
ela disse haver ainda a confirmação de que se trata da microcefalia associada
ao Zika, frisando no entanto que é “uma situação que tratamos como provável
associação".
De acordo
com a governante, foram recolhidas amostras à mãe e à criança, que serão
enviadas para o Instituto Pasteur em Dakar (Senegal) para confirmação
laboratorial.
"Até
prova em contrário, temos que o tratar num contexto epidemiológico e notificar
à OMS (Organização Mundial de Saúde)", acrescentou.
Por sua vez,
o diretor nacional da Saúde, Tomás Valdez, afirmou que o nascimento da criança
foi notificado segunda-feira última e que o mesmo "resulta de uma gravidez
de termo, de uma mãe que retrospectivamente manifestou sintomas e sinais
compatíveis com uma infeção por vírus Zika".
Tomás Valdez
explicou que durante a doença, a mulher não foi ao médico e durante o período
pré-natal não fez qualquer referência à doença, tendo a criança, com
"evidências clinicas e epidemiológicas de microcefalia", sido
identificada no âmbito da vigilância às grávidas nos serviços de saúde.
O diretor
nacional da Saúde garantiu que a criança será seguida em consultas de pediatria
e de neuropediatria, para estimular precocemente o desenvolvimento de
"alguma capacidade e autonomia básica", e que será prestado apoio
psicológico e social aos seus pais.
No decurso
da conferência de imprensa, autoridades de saúde mencionaram ainda o registo de
165 grávidas com suspeita de infeção por vírus Zika, sendo que, até à segunda
semana de março, tinham acontecido já 44 partos sem indícios de microcefalia ou
Síndrome de Guillian Barré.
Na ocasião,
confirmaram ainda que a epidemia de Zika em Cabo Verde mantém uma tendência
decrescente, tendo sido notificados, na semana finda, precisamente a 06 de
março corrente, 33 casos suspeitos, um número 25 vezes menor comparado com o
pico da epidemia registado em novembro último.
Cabo Verde
declarou oficialmente a epidemia de Zika a 22 de outubro de 2015, tendo
registado, até aos 06 de março de 2016,
sete mil e 457 casos suspeitos.
Neste
momento, as autoridades sanitárias estão a notificar casos suspeitos apenas nas
cidades da Praia (Santiago) e de São Filipe (Fogo), enquanto, nas ilhas do Maio
e da Boavista, e noutras duas regiões afetadas do arquipélago cabo-verdiano,
não foram notados novos casos nas últimas semanas.